Onde a vida está? Onde tu és?
Mês: agosto, 2014

diluir o ressentimento…
despedaçar o cimento,
que endurece e escurece,
a fonte no peito.
dissolver o rancor…
desfazer o nó incolor,
que nos cega com a cor do ódio,
e arrasta uma dor passada,
ao ponto de esquecermos,
as multi-cores aqui presentes,
esperando por um coração aberto,
e olhar desperto para pintar,
colorir e voar.

sou eu o eterno inimigo,
eu sou o amigo infinito,
e o equilíbrio infalível.

quanto mais se expande a consciência,
(o elevar-se, curar-se, purificar-se)
maior as responsas…
pois se compreende antigos dilemas e sintomas.
ao mesmo tempo, esta maior compreensão,
proporciona dissolução de ‘certezas’, ocas crenças… aquelas envelhecidas algemas e sentenças.
acordar para o ser-feliz,
estar presente em sua presença,
e sentir que há paz, que o ar polui mas pode despoluir,
que podemos sujar, manchar e ainda assim lavar, reciclar, evoluir.
banhar-se de sentimentos que acolhem, acalentam, liberam, libertam…
nos despertam para o que em nós é infinito e eternamente vivo.

não tenha pena de si,
não se culpe, se perdoe,
o desafio é aceitar-se.
os erros ensinam a ser mais forte,
e a não desistir de ser feliz.

quando o nosso amor,
não é um estado de altruísmo,
a cada queda e momento difícil,
brota a raiva, uma ingratidão,
o inconformismo.
nem vítima, nem culpado,
responsável pelo próprio destino.
acreditar que somos puro em princípio,
perdoar, doar-se por inteiro,
para florir o amor gratuito.

a uma certa altura,
o viajante, o buscador…
é observador, compassivo,
aquele que contempla.
sente-se por inteiro,
integra o dentro-fora,
percebe-se uno com o todo,
plena presença.

pôr-se à prova nos fortalece…
quando consideramos a frustração,
parte do caminho da realização.
mas não pôr-se à prova nos enfraquece,
sobrevivemos da vitimização e culpabilização.

estamos solitários,
até permitirmos que o ser,
coexista e se realize.
e esta autorrealização,
é quando somos solidários.
acolher e ser acolhido,
estar acolhido e acolher.

os mitos, signos, símbolos,
lendas, alegorias, sagas,
fábulas, contos de fadas,
não são para criança dormir…
é para o ser humano despertar,
despertar para o sagrado.

neste mundo, nessa humanidade,
na história de cada indivíduo.
temos maus comportamentos,
que representam sujos pensamentos,
e que podem ser velhos hábitos.
hábitos que refletem,
obscuros sentimentos…
sentimentos que expressam,
as manchas da alma.
em boa parte desta jornada,
estamos em processo de cura.