a borboleta… é um inseto singelo.
a borboleta… enfrenta os ventos para beijar a flor.
a borboleta… desbravou, adentrou, criou asas e voou.
a borboleta… é liberdade em si.
a borboleta… foi de encontro a luz e se iluminou.
a borboleta… é amor e a meta autorrealizada.
a borboleta… inspirou na fonte, inspira o ser, liberte-se.
viver é dia a dia
a todo momento
consigo em qualquer lugar
agora e sempre.
chegar lá,
é estar em si.
chegar lá,
é ser aqui.
chegar lá,
assim será,
se assim é.
a dor da ‘perda’…
pode ensinar o valor da presença.
e ela propõe um desafio transformador,
o desapego.
se tem algo que levamos…
são as vivências que nos movem,
todos os laços que nos comovem,
e aquele sinal de que algo não morre.
sim, a saudade substitui o que antes era mocidade.
toda pessoa é luz e sombra.
umas estão iluminando…
e dissipando suas sombras.
outras estão assombrando…
e ofuscando sua luz.
aquele que é luz,
aceita as sombras.
assombrado é aquele,
que nega a luz… em si.
aqueles que por algum motivo…
não querem ser o que são,
não estão em harmonia,
não são um com o todo.
querem constantemente ter tudo,
inclusive ter todos.
querem possuir e nos possuir,
feito robôs e objetos,
querem nos usufruir e nos consumir,
para perpetuar seus desejos perversos…
de ter o mundo em suas mãos,
ter as pessoas sob sua decisão,
ter a vida sob seu controle.
eis o assombroso, egocêntrico,
e maléfico poder do descontrole.
não é dominando, mas harmonizando.
não é obrigando, mas educando.
não é violentando, mas respeitando.
ter liberdade…
é estar desapegado,
ser respeitado,
por se responsabilizar,
por seu estado de ser.
aprender a aprender,
aprender a conhecer,
aprender a fazer,
aprender a ser,
e existir.
o ser humano…
é resistente a mudanças,
pois mudar é adentrar ao desconhecido,
gera incertezas, falta de garantias, insegurança.
sair da tal zona de conforto,
é trabalhoso e até conflituoso,
não é aparentemente tão gostoso,
quanto estar “sob controle”…
mas é em relação a validade deste “sob controle”,
que a mudança faz-se necessária.
a vida é essencialmente incontrolável,
a vida em si é constante mutação…
para que naturalmente haja a renovação.
a preservação do vitalício…
se dá com a desintegração do perecível.
para nos mantermos vívidos,
temos de estar em sintonia com fluxo contínuo,
em harmonia, mudando os estados de ser,
para que assim, paradoxalmente sejamos íntegros.
nesta inteireza do ser, estamos morrendo e renascendo,
intelectualmente é praticamente incompreensível…
intuitivamente nos entregamos e realizamos a fusão,
entre o ser indivíduo e o ser universal,
vivenciando o mistério de ser uno com o todo.
e os porquês disso tudo é segredo a ser revelado em si,
por meio da vontade de ser a própria verdade.
alguém infeliz…
pode momentaneamente fazer o outro feliz.
pois sua infelicidade…
felizmente vai se cansar,
vai saturar de fazer o outro feliz,
e vai exigir esta felicidade para si.
então, ou dá fim a própria infelicidade,
fazendo o mundo mais feliz,
ou torna o outro infeliz…
para que a felicidade não o incomode mais.
mas que ácida ilusão…
na fonte do coração,
a verdadeira vontade é de infinita paz,
a consciência vai pesar…
lembrando de que só a paz lhe satisfaz.
portanto, chega de auto-enganos e prantos,
viva a felicidade, ela existe em si,
celebre a vida, cultive o que é vida,
aceite ser aquele que é ao conviver…
o mundo agradece, a consciência enobrece,
ser na existência é gratidão.
“quero mudança, mas não posso sair”…
(ou não quer arcar com a incerteza, com as consequências de sair?).
“então, quero continuar aqui, mas não do mesmo jeito”.
aqui tem tais condições e no momento, tais pessoas.
e as outras pessoas não necessariamente querem mudar, eis a difícil questão.
está decidida a encarar o desafio e propósito de mudar-se?
lembre-se que a mudança é interior, a fonte é na realidade interna…
mas ela reflete-se na realidade exterior,
nas atitudes, nas relações do dia a dia da vida.
mudar-se é tornar-se capaz de responder…
a diferentes e inesperadas situações em harmonia, com consciência.
em última análise, é se responsabilizar por sua existência…
em qualquer lugar, com qualquer pessoa, a qualquer momento.
mudar-se é difícil-e-fácil, complexo-e-simples, propósito-desafio: aceitar-se.
o tal mudar-se é amadurecer.
e amadurecer não é endurecer ou adoecer,
mas amar e ser, ser aquela mudança…
que deseja para se viver e conviver.
a experiência…
é realmente uma via
de transcendência.
mas discernir,
a verdade da ilusão,
é o mistério…
da autoconsciência.
há véus…
haverá véus de ilusão…
para aquele que nega,
a autotransformação.
não importa aonde vá,
onde e com quem esteja…
a ilusão está em ti.
é em si que se ilumina…
e dissipa quaisquer ilusão.
a realidade é um jogo de espelhos…
o real está sob realidades refletidas,
reconheça suas projeções…
e revele aquele que é nas reflexões.
Um Sol Coração 