Um Sol Coração

Onde a vida está? Onde tu és?

Mês: março, 2019

Inocente Espelho

“Cadê, cadê o espelho que ninguém vê? Cadê, cadê a humanidade em você?”

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Há um espelho que reflete… O encontro da luz e sombra em ti… Feche os olhos, respire-se e silencie…

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Crianças e borboletas espelham-se… Refletem a inocente luz… Presenciável ao ser presente…

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A condição é ser incondicional.

Passado e futuro encontram-se aqui-agora… no renascente casulo presente.

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A borboleta leva consigo o jardim… eleva em si o perfume das flores.

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Pousa… Repousa a borboleta… Sobre a espiralada rosa da vida.

Silenciando-se

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somos

a resposta

à pergunta

sem resposta.

Entre. Céu no Inferno.

Caído na própria escuridão. Saindo da (im)própria… Com a iluminação da própria.

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O inferno são os outros… em mim.

O céu é o mesmo… são em mim.

 

Dê a mão… àquilo que é infernal, a negação ao seu coração… Abraçando àquele que é são… o céu coração.

É São.

Não se pode ter tudo. Tudo é questão de consciência.

É

São

Em suas

Próprias

Mãos.

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Não se tem o melhor de tudo, mas pode tornar tudo melhor.

Se é paciente… Sendo fluente na linguagem do silêncio.

 

* Imagens: Maquiagem 3D, por Luca Luce.

Quem não deve, se entrega.

A pacífica beleza da cor branca… está na invisível presença de todas as cores do arco-íris.

“Não há nada no mundo que valha realmente a pena… e seja fácil.” Pois nascemos para renascer… caímos para levantar, saímos para retornar, desconhecemos para conhecer, imperfeitos para aperfeiçoar, perdemos para reencontrar a outra metade igual, fundir-se e dar à luz… Dar a vida… Dar luz, vida… A própria obra-prima…

 

O caminho é o ouro. Caminhar é um tesouro. O que há de mais precioso é em si.

 

* Imagem: PsiqueObjetiva

OVO do nOVO de nOVO

“Um homem precisa consumir-se em sua própria chama para poder renascer das cinzas.” parafraseando Nietzsche – Assim falou Zaratustra

a vida

regenera-se

ciclicamente:

o sol

a fênix

o dia

e a gente.

Eis a chama… Ave que chamas… Àquela empreitada ardente e vital… Incinerar o envelhecido e decadente até virar fumaça e cinzas… E assim, em princípio, enfim… Revirar, renascer do elemental… Incendiando o sol interior, a centelha íntima… Forjando-se no renovador e expoente fogo da vida… Que em si é fogueira perene, vívida… A brasa que dá asas ao ser misteriosamente alado… Que és tu quando tu és… A pira… Daquele que paira… No ar da graça… A luz… A via da vida…

 

* Imagens: Fênix, detalhe do Bestiário de Aberdeen, século XII.

Sobre o caminho.

“Há um complexo e árduo caminho que vai do eu ao si-mesmo”. Simplesmente aqui-agora.

Abordando a perspectiva do zen budismo sobre a questão de Deus, Suzuki assinala que essa tradição não nega nem afirma Deus, nem se apega a qualquer entrave dogmático da teia religiosa. O horizonte de sua busca envolve a ultrapassagem de toda lógica, na busca de uma afirmação mais profunda. Para que isso ocorra é necessário ter a mente livre e desobstruída, também com respeito às idéias de totalidade ou unidade. O que ocorre é um misticismo peculiar, a seu “próprio modo”.

Como assinala Suzuki, o zen “é místico no sentido de que o sol brilha, que uma flor desabrocha”. Trata-se de uma mística que “treina sistematicamente o pensamento para ver isso. Abre os olhos do homem para o grande mistério que diariamente é representado. Alarga o coração para que ele abranja a eternidade do tempo e o infinito do espaço em cada palpitação e faz-nos viver no mundo como se estivéssemos andando no Jardim do Éden”. Na perspectiva do zen,  a verdade está bem próxima do cotidiano, basta saber ver. Não é necessário perder-se em “abstrações verbais e sutilezas metafísicas” para alcançar o seu significado. A verdade “se acha realmente nas coisas concretas de nossa vida diária”.

O que ocorre com o zen budismo é a busca de uma liberdade absoluta, mesmo com respeito a Deus. O que predomina e determina a reflexão é a consciência de que nada permanece de forma duradoura. Não há lugar para apegos, representações ou figuras de retórica. Os nomes são todos imperfeitos e limitados. Rejeita-se mesmo o apego a Buda, como sinalizado na conhecida expressão: “Se encontrares o Buda, mate-o”.

* Fonte: MonjaCoen.com.br

Conto Zen: Tigelas

Certa vez um discípulo perguntou ao mestre Joshu:

“Mestre, por favor, o que é o Satori?”

Joshu respondeu-lhe:

“Terminaste a refeição?”

“É claro, mestre, terminei.”

“Então, vai lavar tuas tigelas!”

 

* Satori na tradição Zen Budista, é “despertar” para o si-mesmo, a descoberta de quem se é, “compreensão”, a primeira percepção da Verdadeira Natureza ou Natureza Búdica. Segundo Carl Jung, “o processo do Satori é formulado e interpretado como uma rutpura e uma passagem da consciência limitada na forma do eu para a forma do si-mesmo que não tem um eu. Essa concepção corresponde ao zen, bem como à mística do mestre Eckhart”: C.G. JUNG, em Psicologia e religião oriental.

 

Sou um todo… ao incluir o outro.

Aquilo que não liberto, me consome.

fluindo

A energia da vida, o rio do amor… tem uma legítima condição… passar espontaneamente livre, incondicionalmente… mas ao impedirmos que ele flua… que ele circule, que passe por nós, desfazendo os nós… o condicionamos e a ele nos apegamos, nos cegamos, inflamamos, viciamos e nos aprisionamos… mas o inocente selvagem… não pode ser trancafiado – não se pode parar o impermanente – não se pode deter e ficar para si o que não é seu por natureza… o amor, nascido para fluir, renascido para livre circular… renascente para passar adiante… é simplesmente uma fluida pureza no ar que se respira… que vivifica, que sustenta e transforma… tudo e todos em perpétua vida…

“Amar o todo,

o tempo todo.”

Todo tempo amor.

Em última instância, naquela estância maior… Mesmo incerto é preciso perdoar todos os atos e todos os outros… E assim, continuando a vir-a-ser contínuo… Um todo… O amor como um todo… Repleto-vazio em si…

 

* Diálogo poético com o querido blogueiro Mariel Fernandes. Publicado originalmente em setembro/2014.

* Imagem de satélite do golfo de Cambridge, Austrália.