Um Sol Coração

Onde a vida está? Onde tu és?

“Arte de Morrer”

(…) “É preciso terminar bem o livro desta vida. Livro com prefácio, vários capítulos e um final. Esse final é um outro começo, de outro livro, com outro título e outras inúmeras possibilidades.

Não é o mesmo livro, nem o mesmo personagem, mas outro livro.

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Como ondas no mar.

Tudo é o oceano, que recebeu águas de inúmeros rios. Causas e condições formam ondas. Cada onda como se fosse uma existência. Cada uma interdepende da outra, mas não é a outra. Interligadas e ao mesmo tempo únicas. Transformando-se a todo instante. As causas e condições de uma onda se tornam efeitos em outras e assim por diante.

Mas cada uma tem começo, meio e fim.”

 

* Trecho do texto Arte de morrer – Budismo – Zen budismo por Monja Coen.

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Aceita de corAção.

“O pensamento quando cala a voz do coração, se converte em difamador dos valores conscientivos”.

“Sobrepuja com sabedoria os receios e goza do que é teu em esperança”.

Resultado de imagem para conscientivos

“Sobre o injusto sempre estará a espada da Justiça e não se deve dar a ninguém o que nós não queremos”.

“Vejam, teus olhos, sem temor, e tuas mãos, com amor”.

 

* Citações do Oráculo Egípcio Kier. Fonte: Gnosisbrasil.com

 

Conto Zen: A pedrinha no bambu

Hsiang-yen fui discípulo de Pai-chang. Era uma pessoa muito inteligente, e sempre confiou na presunção de que se estudasse e absorvesse todo o conhecimento dos termos e textos budistas, seria um entendedor do Zen. Após a morte de seu mestre, ele dirigiu-se a Kuei-shan – que era o mais antigo discípulo de Pai-chang – para que este lhe orientasse. Mas Kuei-shan comentou:

“Soube que estiveste sob a orientação de meu antigo mestre e falaram-me de tua notável inteligência. Tentar compreender o budismo através deste meio leva geralmente a uma compreensão analítica, que em si nada tem de útil, mas que pode indiretamente levar o praticante a uma intuição do sentido Zen. Por isso, eu lhe pergunto: como tu eras antes de teus pais terem lhe concebido?”

Hsiang-yen ficou pasmo, sem saber o que dizer. Pediu licença e foi para seu quarto, e procurou em todos os textos e conceitos uma resposta para a estranha questão. Não foi capaz, e voltou ao outro monge. Pediu-lhe para ensinar sobre o sentido do que quis dizer, e Kuei-shan perguntou:

“Sinto muito, mas nada tenho a lhe dar. Tu sabes mais do que eu, e se nós debatêssemos com certeza eu ficaria em dificuldades. Tudo o que eu lhe pudesse dizer pertence às minhas descobertas pessoais e jamais poderia ser teu.”

Hsiang-yen ficou desapontado e achou que o monge mais velho lhe estava escondendo algo deliberadamente. Resolveu partir do templo, e buscar o conhecimento através dos livros e conceitos, pois achava que na verdade o seu conhecimento não era suficiente, e por isso o outro não quis lhe responder. Foi morar em um eremitério e passou a estudar com afinco. Após vários anos, achando-se suficientemente conhecedor dos conceitos buddhistas, voltou a Kuei-shan. Este, quando ouviu suas doutas explicações e sua solicitação por orientação, apenas sorriu e nada disse. Virou-se e foi embora.

Hsiang-yen ficou irritadíssimo. Naquele momento tomou uma decisão, destruiu todos os seus textos e resolveu desistir dos estudos, ainda que já fosse um grande intelectual. Ele pensou: “Qual a utilidade de estudar o budismo, se este é tão sutil e se é tão difícil receber instruções de outrem? Serei agora um simples monge praticante, e desisto de entender qualquer coisa!”

Abandonou o templo e suas cercanias, construiu uma cabana próxima à sepultura de Chu, o Mestre Nacional de Nan-yang, e passou a viver uma vida simples longe dos estudos e questões.

Certo dia, estava varrendo o chão de sua casa quando a vassoura tocou numa pedrinha, que rolou e bateu em um bambu. Em meio ao silêncio, o som ecoou suavemente. Ao ouvir este som, Hsiang-yen experimentou o Satori, e finalmente compreendeu o que tinha lhe dito Kuei-shan. Ele então ajoelhou-se e silenciosamente fez uma reverência de agradecimento ao sábio monge.

Conto Zen: Entender

Certo dia, o monge Ch’uang-tze perguntou ao Mestre Ching-feng:

“O que é o Buddha?”

O mestre disse:

“O Deus do fogo busca pelo fogo.”

O monge ficou eufórico e saiu gritando da entrevista, feliz, afirmando:

“Eu entendi!!! Eu REALMENTE entendi!!!!”

Ainda muito feliz consigo mesmo, ele voltou até o seu próprio mestre, Yang-ki, e este lhe perguntou:

“O que aprendestes com Ching-feng?”

“O Deus do fogo, que é em si o fogo, busca sua natureza em outro lugar!! Eu, que sou Buddha, busco o Buddha fora de mim!!!!” afirmava o monge, orgulhoso e feliz de sua descoberta. Yang-ki comentou, triste:

“Eu pensei que vós tivésseis entendido, mas agora vejo que nada entendeu realmente.” E foi-se embora.

O monge ficou pasmo. Pensou: ‘O que?! Como é possível que eu não tenham entendido?! Como posso estar errado?’. Ele correu até Yang-ki e pediu-lhe, desesperado:

“ESPERE! ESPERE! Dizei-me enfim: O QUÊ É BUDDHA?”

O mestre replicou:

“O Deus do fogo vem buscar o fogo.”

O monge, neste momento, experimentou o Satori.

 

* Fonte: 178 Contos Zen