Conto Zen: Chuva
por EM SI: LUGAR DE GRAÇA
Num dia chuvoso, quando estava sentado com um discípulo no salão do templo e ouvindo as gotas d’água batendo suavemente no telhado e no pátio, o mestre Jing-qing perguntou ao outro monge:
“Que som é aquele lá fora?”
“É a chuva,” respondeu o monge. O mestre disse:
“Ao buscar fora de si mesmos alguma coisa, todos os seres se confundem com os significados.”
“Então,” replicou o discípulo, “como deveria eu me sentir em relação ao que percebo, Mestre?”
O sábio apenas disse:
“Eu sou o barulho da chuva.”
* O que nos diferencia de outros animais… é a tal consciência de si mesmo… o que nos possibilita conhecermos a natureza, pelo viés do individual, e possibilita realizarmos a transcendência, a autotransformação e o retorno ao original… mas ainda assim, inevitavelmente, sob os véus da ilusão (da separação, do dual)… que nos impede de percebermos a nossa natureza primordial, holística, não-dual, una.