Um Sol Coração

Onde a vida está? Onde tu és?

Oração, meditação, simples de Coração.

Deserto… O espaço-templo silencioso de ti… Em mim…

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“Ainda seguindo essa reflexão sobre a Presença silenciosa ou o silêncio habitado podemos novamente mencionar Panikkar, que escreve: quando estamos verdadeiramente sós, encontramos a Deus, (interior intimo meu, como ensina Santo Agostinho), como o mais íntimo de mim, o que me é mais interior, o que mais realmente sou que é então, precisamente, o que me abre aos demais.

Bem sabemos que a oração não requer grandes reflexões nem profundos pensamentos, mas apenas a simplicidade do coração.

Assim também a meditação não discorre com a mente, não é pensar ou considerar com Deus a respeito dos mistérios, mas é antes de tudo olhar o Outro, sair de si e imergir no Outro. É perceber-se diante do Cristo e conversar, face a face, desnudado de qualquer atitude que possa afastar-nos de Seu rosto.

Devemos, assim, procurar escutar quem está no início e no fim de nossa expiração e inspiração. Conseguiremos compreender, nesses segundos, que podemos vivenciar, na fugacidade de um instante, algo muito profundo no início e fim desse fluxo e refluxo, que é um oceano habitado e silencioso.

Meditar assim é, pois, conhecer o Eterno na fugacidade do instante, ou, como disse o autor, meditar é saber orar com o coração, ou também, no dizer do monge Serafim não a fastar-se do silêncio que aproxima a pessoa da fonte.”

Em silêncio, em sintonia, em síntese… Simplesmente em si…

 

Fonte: A meditação hesicasta a partir do relato de Jean-Yves Leolup – Pag. 17.

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As impurezas do espírito/consciência.

“Estamos bem no coração do Evangelho, isto é, da “metanoia”,- em grego significa ir além do nous, mudar de nous, de consciência, o que se traduz por “convertei-vos” ou dito de outra maneira: mudai de mentalidade, mudai vossa interpretação do mundo, mudai vossa maneira de ver. Mudar o olhar é mudar o mundo!”

“Nós somos o que pensamos, e o que nós somos depende do estado de nosso espírito, do estado de nossa consciência.

Nossos pensamentos fazem o mundo no qual vivemos, aquele que fala e age com um espírito doentio, o sofrimento o segue como a roda segue o casco do boi que puxa a carroça”

“Estes momentos de meditação, de observação de si mesmo não são simplesmente para si, mas para o bem estar de todos: um espírito doente só pode aumentar a miséria do mundo.

Antes de amar, é necessário procurar não prejudicar, por nosso pensamento, por nosso estado de espírito. Respeitar os outros com esta vontade de não prejuízo é, sem dúvida, primeiro ato de amor que a gente pode oferecer a alguém – ahimsa, a não violência, que bem poderia se traduzir por “não-prejuízo”.

 

* Trecho do livro: A Montanha no Oceano, por Jean-Yves Leloup

Fonte: Blissnow.com.br