Conceda a paz
deixando a luz passar
é passagem, é luz, é paz
deixando a vida passar
do alto ao profundo
do profundo ao todo
deixando a presença passar a ser
deixando a passagem pairar e
renascer, renascente ser
deixando a luz passar
é passagem, é luz, é paz
deixando a vida passar
do alto ao profundo
do profundo ao todo
deixando a presença passar a ser
deixando a passagem pairar e
renascer, renascente ser
“Um plural. Outro igual.”
Quando digo a você,
Digo primeiro a mim.
Pois você espelha-me
E eu sou espelho teu.
A morte pode ser… amor te levando… amor te elevando… retornar ao princípio é o fim… vivo por natureza…
O buscador ao encontrar-se com o Mestre, desabou e desabafou:
“Mestre, estou exausto, não aguento mais. Saí em busca de sentido, cheguei num lugar onde tudo fez sentido mas, ainda assim, perdeu todo o sentido, nada mais faz sentido. Mestre, qual o sentido afinal?”
“Sente-se”, disse o velho.
E aquele que busca senta-se.
“Sente-se”, disse novamente o velho.
E aquele que busca reencontra o sentido.
“Não se busca escapar. É uma oportunidade de estar consciente da realidade. A coragem de não fugir. Estar em paz com esta realidade.” Ian McCrorie
Cai do alto, vai ao fundo e volta para o alto sendo profundo… feito gota d’água…
Cada um é um dom… que caiu do céu…
E o propósito-desafio é…
Descobrirmos, desenvolvermos e realizarmos o dom…
Expandindo-se na terra, aprofundando-se no ser e elevando-se ao céu…
Presenciando o dom renascente, bebendo da fonte confluente…
Devolvendo a vida, a vida da qual recebemos…
* Símbolo budista – “Flor de Lótus: O lótus está enraizado na lama profunda e seu caule cresce através da água turva. Mas a flor se eleva acima da sujeira e se abre ao sol, linda e perfumada. No budismo, o lótus representa a verdadeira natureza dos seres, que se levantam através do Samsara para a beleza e clareza da iluminação.”
Caminha por ele… O caminho…
Viva por ela… A vida….
Vivo… Caminho por nós… O laço…
Paraíso não é um lugar para se chegar… Mas um estado de ser… A paz profunda que em si-agora está…
* Simbolo Budista: “Nó infinito – com suas linhas fluídas e entrelaçados em um padrão fechado, representa a origem dependente e a inter-relação de todos os fenômenos. Significa também causa e efeito da união de compaixão e sabedoria.”
Ansiamos por paz de espírito.
Quando pensamentos indesejados nos assolam
queremos erradicá-los.
Os pensamentos, no entanto não são o problema.
É a ânsia de estar em paz
que abre as portas da agitação.
Difícil, na verdade, é apenas observar os pensamentos.
Nos envolvemos com cenários sedutores.
Fugimos de repetições aterradoras.
Queremos acabar com esse vício
de atração e repulsa.
Mas é este mesmo querer
que estimula mais ainda os pensamentos indesejados.
Sabedoria não brota do pensar
mas de ver com clareza
essa nossa ânsia
de nos livrarmos da agitação.
O pensador é uma pessoa.
Aquele que observa é outra.
Trate de conhecê-lo.”
* Foto: Lago das Cinco Flores, China.
* Texto extraído do Ebook: A lua aparece quando as águas se acalmam– Reflexões sobre o Dhamma – Ian McCrorie
Olhando de frente, com as mãos sobre o peito, o mestre falou:
“Este é o caminho… caminhe por ele.”
Desviamos incontáveis vezes, para lados diferentes, paramos, corremos, fugimos, tropeçamos, caímos… mas ainda assim, do fundo nos reerguemos e voltamos a seguir caminho adentro…
É de mão dupla a via única…
vê e dá
a vida…
envereda.
Amar é um refúgio a céu aberto…
O rio não resiste a dureza das pedras… e se molda fluidamente… Entregue a vida, recebe a vida…
O rio flui
Em meio as pedras
Que dão forma
Ao caminho, ao fluxo
Variavelmente contínuo.
Só a impermanência permanece.
Selvagem é a vida que não para.
Inocente é a vida que continua.
Natural é mesmo a vida, contínua que só ela…