Um Sol Coração

Onde a vida está? Onde tu és?

Tag: conto zen

Sentido.

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Um mestre diz: “Deus existe.”

Um tolo diz: “Deus existe.”

Um mestre diz: “Deus não existe.”

Um tolo diz: “Deus não existe.”

“Todos tem razão…”

Qual o sentido?

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Conto Zen: Joshu e o Grande Caminho

Certa vez, um homem encontrou Joshu, que estava atarefado em limpar o pátio do mosteiro. Feliz com a oportunidade de falar com um grande Mestre, o homem, imaginando conseguir de Joshu respostas para a questão metafísica que lhe estava atormentando, lhe perguntou:

“Oh, Mestre! Diga-me: onde está o Caminho?”

Joshu, sem parar de varrer, respondeu solícito:

“O caminho passa ali fora, depois da cerca.”

“Mas,” replicou o homem meio confuso, “eu não me refiro a esse caminho.”

Parando seu trabalho, o Mestre olhou-o e disse:

“Então de que caminho se trata?”

O outro disse, em tom místico:

“Falo, mestre, do Grande Caminho!”

“Ahhh, esse!” sorriu Joshu. “O grande caminho segue por ali até a Capital.”

E continuou a sua tarefa.

 

Meu insight do momento: O “Grande Caminho” do qual buscamos encontra-se em cada passo que damos conscientes de Si.

Conto Zen: O Médico e o Zen

Kenso Kusuda, diretor de um hospital em Nihonbashi, Tóquio, recebeu um dia a visita de um velho amigo, também médico, que não via há sete anos.

“Como vai?”, perguntou Kusuda.

“Deixei a medicina”, respondeu o amigo.

“Ah, sim?”

“Na verdade, agora eu pratico o Zen.”

“E o que é o Zen?”– quis saber Kusuda.

“É difícil explicar…” — hesitou o amigo.

“E como é possível entendê-lo, então?”

“Bem, deve-se praticá-lo.”

“E como faço isso?”

“Em Koishikawa, há uma sala de meditação dirigida pelo Mestre Nan-In. Se quiser experimentar, vá até lá.”

No dia seguinte Kusuda dirigiu-se à sala de meditação do Mestre Nan-In.

Ao chegar, gritou:

“Com licença!”

“Quem é?” responderam lá de dentro. Um velho de aspecto miserável, que se aquecia junto a um fogareiro próximo ao vestíbulo, dirigiu-se a ele. Kusuda entregou-lhe seu cartão e o velho, após dar uma olhada, disse sorrindo:

“Olá!!! Faz tempo que o senhor não aparece!”

“Mas… é a primeira vez que venho aqui!” – disse Kusuda, surpreso.

“Ah, sim? É a primeira vez? Como está escrito ‘Diretor de hospital’, pensei que fosse o Sasaki. O que o senhor deseja?”

“Quero falar com o Mestre Nan-in.”

“Já está falando com ele!” disse o velho, abrindo um largo sorriso.

“Então o Mestre Nan-in é o senhor?”, disse Kusuda meio desconfiado. Esperava alguém mais “venerável”.

“Eu mesmo”, respondeu o velho, sem dar mostras de resolver a mandar seu visitante entrar. Já meio desanimado e um tanto desdenhoso, Kusuda decidiu falar ali mesmo, de pé, no vestíbulo:

“Eu gostaria que o senhor me ensinasse a praticar o Zen.”

O velho olhou para ele e disse:

“Praticar o Zen? O senhor é um médico não? Deve então tratar bem de seus doentes e se esforçar para o bem de sua família, o Zen é isso. Agora, pode ir embora.”

Kusuda voltou para casa, sem entender nada. Intrigado com as palavras de Nan-In, três dias depois resolveu visitar novamente o velho Mestre. Nan-In atendeu-o novamente no Vestíbulo.

“Novamente o senhor aqui? O que deseja?”

“Insisto para que o senhor me ensine a praticar o Zen!” – disse Kusuda petulantemente.

“Ora, nada tenho a acrescentar ao que já disse outro dia. Vá embora e seja um bom médico”. E fechou a porta.

Dois ou três dias depois, Kusuda novamente voltou a ver o Mestre, pois absolutamente não conseguira entender suas palavras.

“Outra vez aqui?”

“Eu vim porque não consegui entender suas palavras, por mais que pensasse sobre elas.”

“Pensando nas palavras é que o senhor não vai entender coisa nenhuma mesmo!” – disse o velho monge.

“Então o que eu devo fazer?” – disse Kusuda, já quase desesperado.

“Procure perceber por si, ora essa! Agora, vá embora.”

Mas Kusuda desta vez zangou-se muito e respondeu:

“Por três vezes, embora tenha muitos afazeres, larguei tudo e vim até aqui pedir-lhe para me ensinar o Zen e sempre o senhor me manda embora sem me dar o mínimo esclarecimento! Que espécie de mestre é o senhor, afinal!?!”

“Ah! Finalmente ele zangou-se!”, exclamou o Mestre.

“Mas é EVIDENTE!”, desabafou o médico.

“Então agora chega de palavreado e seja educado! Faça-me uma saudação.”

Encarando fixamente o velho monge, Kusuda reprimiu sua vontade de dar-lhe um soco na cara e inclinou-se em reverência. O Mestre então conduziu-o à sala de meditação e o ensinou a praticar zazen.

Anos depois, Kusuda finalmente entendeu porque o Zen também é cuidar bem dos doentes e esforçar-se para o bem de sua família.

Meu insight do momento: Enquanto ignoramos como é, reprimimos o que há, enquanto dissimulamos o que nos consome… Não há caminho, mas apego ao sofrimento…

Conto Zen: O que é o Zen?

zen momiji

Certa vez o discípulo de um renomado mestre Zen lhe indagou:

Mestre, o que acontece no momento em que encontramos o Zen?

Não acontece nada, respondeu o mestre.

O discípulo replicou:

Como não acontece nada? Então, o senhor não o encontrou?

O mestre respondeu:

Não. Eu não o encontrei, o Zen já estava comigo quando eu cheguei.

 

por Akrura Bogéa – rjmeditacao.com

Conto Zen: O que é o mar?

Certa vez um peixinho perguntou a um peixe mais velho:

– Tenho ouvido as pessoas falarem sobre o mar. O que é o mar?

– É o que o cerca, responde o peixe mais velho.

– Por que não posso vê-lo?, pergunta o peixinho.

– O mar está em você e ao seu redor. Você nasceu e morrerá no mar que o envolve, como a sua própria pele, concluiu o peixe mais velho.

.

Vivemos num mar de Zen e não o percebemos e nem sabemos o seu significado.

O Zen está presente, antes do nosso primeiro suspiro, durante toda a nossa vida e após o nosso último folego, ainda que estejamos distraídos e não tenhamos consciência disso.

 

Fonte: rjmeditacao.com

Conto Zen: Vem…

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Mestre Tokusan (742-865) estava sentado em zazen à beira do rio.

Avizinhando-se da margem, um discípulo gritou-lhe:

– Bom dia, mestre! Como estais?

Tokusan interrompeu o zazen e, com o leque, fez sinal ao discípulo:

Vem . . . vem . . . !

Levantou-se, deu meia-volta e pôs-se a ladear o rio, seguindo o curso da água…

O discípulo, nesse instante, experimentou o Satori.

Conto Zen: Nem água, nem lua.

Por anos e anos, a monja Chiyono tentou o seu melhor, sem conseguir chegar à iluminação.
Uma noite, carregava um velho pote de bambu, cheio de água.
Enquanto caminhava, observava atenta a lua cheia refletida na superfície da água.
De repente, o fundo do pote se rompeu e a água escorreu, o reflexo da lua se foi.
– e Chiyono Iluminou-se.

Naquele momento, escreveu estes versos:

“De um modo ou de outro tentei segurar o pote inteiro,
esperando que o frágil bambu nunca se partisse.
De repente, o fundo caiu.
Não havia mais água,
nem a lua refletida,

o vazio em minhas mãos.”

 

* Meu insight do momento: Dê passagem. De passagem.

Conto Zen: Chuva

Num dia chuvoso, quando estava sentado com um discípulo no salão do templo e ouvindo as gotas d’água batendo suavemente no telhado e no pátio, o mestre Jing-qing perguntou ao outro monge:

“Que som é aquele lá fora?”

“É a chuva,” respondeu o monge. O mestre disse:

“Ao buscar fora de si mesmos alguma coisa, todos os seres se confundem com os significados.”

“Então,” replicou o discípulo, “como deveria eu me sentir em relação ao que percebo, Mestre?”

O sábio apenas disse:

“Eu sou o barulho da chuva.”

 

* O que nos diferencia de outros animais… é a tal consciência de si mesmo… o que nos possibilita conhecermos a natureza, pelo viés do individual, e possibilita realizarmos a transcendência, a autotransformação e o retorno ao original… mas ainda assim, inevitavelmente, sob os véus da ilusão (da separação, do dual)… que nos impede de percebermos a nossa natureza primordial, holística, não-dual, una.

Conto Zen: O mudo e o papagaio

“Um jovem monge foi até o mestre Ji-shou e perguntou:

“Como chamamos uma pessoa que entende uma verdade mas não pode explicá-la em palavras?”

Disse o mestre:

“Uma pessoa muda comendo mel”.

“E como chamamos uma pessoa que não entende a verdade, mas fala muito sobre ela?”

“Um papagaio imitando as palavras de uma outra pessoa”.

Conto Zen: O silêncio completo

Quatro monges decidiram meditar em silêncio completo, sem falar por duas semanas. Na noite do primeiro dia a vela começou a falhar e então apagou.

O primeiro monge disse, “Oh, não! A vela apagou!”

O segundo comentou, “Não tínhamos que ficar em silêncio completo?”

O terceiro reclamou, “Por que vocês dois quebraram o silêncio?”

Finalmente o quarto afirmou, todo orgulhoso, “Aha! Eu sou o único que não falou!”