Oração, meditação, simples de Coração.
Deserto… O espaço-templo silencioso de ti… Em mim…
“Ainda seguindo essa reflexão sobre a Presença silenciosa ou o silêncio habitado podemos novamente mencionar Panikkar, que escreve: quando estamos verdadeiramente sós, encontramos a Deus, (interior intimo meu, como ensina Santo Agostinho), como o mais íntimo de mim, o que me é mais interior, o que mais realmente sou que é então, precisamente, o que me abre aos demais.
Bem sabemos que a oração não requer grandes reflexões nem profundos pensamentos, mas apenas a simplicidade do coração.
Assim também a meditação não discorre com a mente, não é pensar ou considerar com Deus a respeito dos mistérios, mas é antes de tudo olhar o Outro, sair de si e imergir no Outro. É perceber-se diante do Cristo e conversar, face a face, desnudado de qualquer atitude que possa afastar-nos de Seu rosto.
Devemos, assim, procurar escutar quem está no início e no fim de nossa expiração e inspiração. Conseguiremos compreender, nesses segundos, que podemos vivenciar, na fugacidade de um instante, algo muito profundo no início e fim desse fluxo e refluxo, que é um oceano habitado e silencioso.
Meditar assim é, pois, conhecer o Eterno na fugacidade do instante, ou, como disse o autor, meditar é saber orar com o coração, ou também, no dizer do monge Serafim não a fastar-se do silêncio que aproxima a pessoa da fonte.”
Em silêncio, em sintonia, em síntese… Simplesmente em si…
Fonte: A meditação hesicasta a partir do relato de Jean-Yves Leolup – Pag. 17.