Um Sol Coração

Onde a vida está? Onde tu és?

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Vou Citar… o Voo… Sitar…

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“O rio passa ao lado de uma árvore, cumprimenta-a, alimenta-a, dá-lhe água… e vai em frente, dançando. Ele não se prende à árvore. A árvore deixa cair suas flores sobre o rio em profunda gratidão, e o rio segue em frente. O vento chega, dança ao redor da árvore e segue em frente. E a árvore empresta o seu perfume ao vento… Se a humanidade crescesse, amadurecesse, essa seria a maneira de amar.

O estado mais elevado de amor não é, de modo algum, um relacionamento: é simplesmente um estado do seu ser. Assim como as árvores são verdes, aquele que ama é amoroso. Elas não são verdes apenas para determinadas pessoas: não é que quando você aparecer, elas se tornam verdes. A flor continua espalhando sua fragrância quer alguém apareça ou não, quer alguém aprecie ou não.

A flor não começa a liberar sua fragrância quando um grande poeta está se aproximando – Não, a flor continua espalhando sua fragrância. Trata-se de um estado, não de um relacionamento.

Faça todas as coisas criativas, faça o melhor a partir do pior – isso é o que eu chamo de arte. E se um homem viveu toda a vida fazendo a todo momento uma beleza, um amor, um desfrute, naturalmente a sua morte será o supremo pico no empenho de toda a sua vida… sua morte não será feia como ordinariamente acontece todo dia com todo mundo.

Se a morte é feia, isso significa que toda a sua vida foi um desperdício. A morte deveria ser uma aceitação pacífica, uma entrada amorosa no desconhecido, um alegre despedir-se dos velhos amigos, do velho mundo. Quanto mais profundo você vai para dentro da vida, mais entende a imortalidade dentro de você. Você está se afastando da morte: chega a um momento em que você pode ver que a morte não é nada, apenas um trocar de roupas ou trocar de casas, trocar de formas – nada morre, nada pode morrer. A morte é a maior ilusão que existe.

Conhecer o homem é conhecer Deus. Conhecer Deus é conhecer o homem. Estudar o Universo é instruir-se sobre Deus e sobre o homem; porque o Universo é a expressão do Pensamento Divino, e o Universo está refletido no homem. O conhecimento é necessário para que o Eu se torne livre e se conheça unicamente como Si mesmo.” Osho

“Quando penso que uma palavra pode mudar tudo, não fico muda… mudo. Quando penso que um passo descobre o mundo, não paro o passo… passo. E assim que passo e mudo, um novo mundo nasce na palavra que penso.” Alice Ruiz

 

* Imagem: Deusa hindu Saraswati

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Cruzar e Florescer: Perfumado Mel.

“A rosa dá o mel às abelhas.”

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eros.

rose:

o ser

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“O símbolo da Rosa Mística é que se um homem cuida da semente com a qual ele nasce, dá-lhe o solo certo, dá-lhe a atmosfera certa e as vibrações certas, move-se num caminho certo, onde a semente pode começar a crescer, e o final do crescimento simbolizado como a Rosa Mística: Quando seu ser floresce e abre todas as suas pétalas e libera sua bela fragrância.” Osho

Sobre “Os Dez Touros do Zen” – Osho

Com todo o respeito, Osho faz uma abordagem mais informativa do que educativa, mas é válido e interessante.

“Apascentar o boi é um símbolo antigo na história do Zen. Há dez figuras na China;(…) Gostaria que você entendesse essas dez figuras.

As dez figuras são imensamente bonitas.

Na primeira, o boi está perdido. O homem a quem o boi pertence está apenas parado, olhando em volta na mata densa e não consegue ver para onde o boi foi. Ele está simplesmente desnorteado, confuso. Está ficando tarde, o sol está se pondo; logo será noite e, então, entrar naquela floresta fechada para procurar o boi vai ficar cada vez mais difícil.

Na segunda figura, ele encontra as pegadas do boi. Ele se sente um pouco mais feliz; quem sabe haja uma possibilidade de encontrar o boi – ele achou as
pegadas. Ele as segue.Na terceira figura, ele vê a parte de trás do boi na mata densa. É difícil enxergar, mas ele consegue imaginar que é a parte traseira do seu boi.

Na quarta, ele chegou até o boi; ele pode ver o boi agora, o corpo dele inteiro. Ele se alegra.

Na quinta figura, ele pega o boi pelos chifres. É uma grande luta levá-lo de volta para casa, mas ele vence.

Na sexta figura, ele está montado no boi, voltando para casa. Essas são belas figuras!Na sétima figura, o boi está amarrado em seu lugar.

Na oitava figura, o homem está tão contente que começa a tocar flauta.

A nona figura é uma moldura vazia – não há nada pintado ali.

Na décima figura, que é a causa de uma grande controvérsia, o homem está indo, com uma garrafa de vinho, em direção ao mercado, quase bêbado. Dá para perceber, ele nem consegue andar. Essa décima figura causou uma grande controvérsia que se estendeu por dois mil anos.

Uma seita, que é a maior seita mahayana, acredita que a nona seja a última figura. Ela representa a não-mente; você atingiu o objetivo. O boi é o seu eu mais interior que você tinha perdido, e a série inteira de figuras é a busca do seu eu interior. Você encontrou o eu na nona figura.

O silêncio e a paz são imensos.
É o nirvana, é a não-mente.

Além da nona… as pessoas que dizem que esse é o fim da jornada acham que alguém acrescentou a décima figura, que parece ser absolutamente irrelevante. Mas as pessoas que pertencem a uma pequena seita zen acreditam na décima figura também. Elas dizem que, quando alguém se tornou iluminado, esse não é o final. Esse é o ponto mais elevado da consciência, é o maior feito, mas é preciso voltar para o mundo humano, ao mundo comum.

É preciso voltar a fazer parte da humanidade maior.

Somente então ele pode partilhar, somente então ele pode despertar os outros para a busca.E certamente quando ele chega de tal altura, ele está absolutamente inebriado de êxtase. A garrafa de vinho não é de um vinho comum. Ela simboliza um estado de êxtase.

Quando as figuras foram levadas para o Japão, há uns mil e duzentos ou mil e trezentos anos, só chegaram nove. A décima causava certo incômodo; ela foi
deixada na China.

Eu fiquei perplexo quando olhei pela primeira vez as figuras japonesas. Elas pareciam estar completas. Uma vez que tenha alcançado o nirvana, o que mais pode haver? E então eu descobri dez figuras num velho livro chinês.

Fiquei imensamente feliz pelo fato de que alguém, dois mil anos atrás, tinha tido a percepção de que um buda não é um buda se ele não puder voltar à humanidade comum, se ele não puder tornar-se de novo simples, inocente, levando seu nirvana, levando seu êxtase numa garrafa de vinho, completamente inebriado com o divino, mas ainda se dirigindo ao mercado.

Pude perceber que quem quer que tenha pintado a décima figura estava certo. Até a nona, é apenas lógico.

Além da nona, a décima, é uma grande compreensão.
A meu ver, até a nona o homem é apenas um buda; com a décima ele também se torna um Zorba.

E este tem sido meu tema constante: tenho insistido em dizer que a décima figura é autêntica e, se ela não existisse, eu iria pintá-la. Sem ela, acabar no nada dá uma impressão um pouco triste, parece um pouco sério, parece vazio.

Todo esse esforço para se encontrar, meditar, ir além da mente, compreender seu ser e terminar no deserto do nada… não, deve haver alguma coisa mais para isso, alguma coisa além disso, onde as flores desabrochem, onde as canções surjam, onde a dança seja possível novamente – num nível completamente diferente, é claro.

Essas figuras que representam o apascentar do boi mostraram-se tremendamente significativas para a explicação do caminho inteiro, passo a passo. ”

por Osho – Zen: Sua História e Seus Ensinamentos.

 

Sobre o Julgamento – OSHO

Por que fazemos o mal? - Transformando a sombra personalidade

“Um dos exercícios mais praticados pela humanidade é o julgamento.

Julgamos o outro, baseados em nosso código de valores, nossas percepções e naquilo que nossa imaginação cria a respeito de cada pessoa com a qual convivemos.

Ocorre que nem sempre esta avaliação se mostra correta e, por essa razão, ao julgar corremos o risco de cometer equívocos e praticar injustiças.

O pior que pode acontecer quando julgamos alguém é, sem dúvida, não levar em conta os sentimentos daquele que estamos criticando.

Por mais que não concordemos com as atitudes de uma pessoa, não podemos nos esquecer de que elas são motivadas, de um modo geral, pelas suas emoções e que agindo de modo rígido e inflexível também estamos nos deixando levar por nosso lado emocional.

Saber reconhecer quando estamos sendo influenciados por nossos conflitos internos no momento em que avaliamos as ações alheias, é o primeiro passo para que possamos abandonar a postura de juízes implacáveis e nos colocar no lugar de quem estamos julgando.

O sistema judiciário se baseia em leis pré-concebidas com o objetivo de garantir a convivência civilizada entre os seres humanos. Mas, fora desta esfera, nas atitudes cotidianas, nos arvoramos muitas vezes no papel de juízes implacáveis daqueles que não se enquadram em nossos hábitos e costumes.

Humildade, sabedoria e a capacidade de aceitar as diferenças de modo tolerante, constituem os melhores instrumentos para que escapemos da armadilha do julgamento.
Quando você diz que você se julga, isso é algo tomado emprestado. As pessoas julgaram-no, e você deve ter aceitado as idéias delas sem nenhuma investigação. Você está sofrendo de todas as espécies de julgamento das pessoas, e você está jogando esses julgamentos nas outras pessoas. E todo esse jogo desenvolveu-se além da proporção – a humanidade inteira está sofrendo disso.

Se você quiser livra-se disso, a primeira coisa é esta: não se julgue. Aceite humildemente sua imperfeição, seus fracassos, seus erros, suas faltas. Não há nenhuma necessidade de fingir outra coisa. Seja você mesmo: “É assim mesmo que eu sou, cheio de medo. Eu não posso andar na noite escura, não posso ir lá na densa floresta.” O que há de errado nisso? – é humano.

Uma vez que você se aceite, você será capaz de aceitar os outros, porque você terá um clara visão interior de que eles estão sofrendo da mesma doença. E a sua aceitação deles, os ajudará a aceitarem-se.

Nós podemos reverter todo o processo: aceite-se. Isso o torna capaz de aceitar os outros. E porque alguém os aceita, eles aprendem a beleza da aceitação pela primeira vez – quanta tranqüilidade se sente! – e eles começam a aceitar os outros.

Se a humanidade inteira chegar ao ponto onde todo mundo é aceito como é, quase noventa por cento da infelicidade simplesmente desaparecerá – ela não tem fundamentos – e os seus corações se abrirão por conta própria e o seu amor estará fluindo.

Neste exato momento, como você pode amar? Quando você vê tantos erros, tantas fraquezas… – como você pode amar? Você quer alguém perfeito. Ninguém é perfeito, assim, você tem de aceitar um estado de não-amor, ou aceitar que não importa se alguém não é perfeito. O amor pode ser compartilhado, compartilhado com todas as espécies de pessoas. Não faça exigências.

O julgamento é feio – ele fere as pessoas. Por um lado, você vai machucando, ferindo-as; e por outro lado, você quer o amor delas, seu respeito. Isso é impossível.

Ame-as, aceite-as e, talvez, seu amor e respeito possa ajudá-las a mudar muitas de suas fraquezas, muitas de suas falhas – porque o amor lhes dará uma nova energia, um novo significado, uma nova força. O amor lhes dará novas raízes para se erguerem contra os ventos fortes, um sol quente, a chuva forte.

Se apenas uma única pessoa o ama, isso o faz tão forte, que você nem pode imaginar. Mas, se ninguém o ama neste vasto mundo, você fica simplesmente isolado; então, você pensa que é livre, mas você está vivendo numa cela isolada em uma cadeia. É que a cela isolada é invisível; você a carrega consigo.

O coração abrirá por si mesmo. Não se preocupe com o coração. Faça o trabalho preparatório”.

Osho em The Transmission of the Lamp.

Fonte: VentosDePaz

“A Face Original”

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“Osho,
Eu não entendo o conceito de compreensão original ou de face original de que fala o povo Zen. Por favor, explique.

O Zen tem seu jeito próprio de falar a respeito da compreensão suprema ou Deus.

Face original é aquilo que Deus é. Face original quer dizer a sua face quando você não tinha qualquer definição, quando você não tinha corpo, não tinha contorno, nenhuma localização. Face original significa a sua realidade sem forma, quando você nem era nascido, quando nem mesmo seu pai e sua mãe eram nascidos,

Face original quer dizer a fonte de energia, a fonte de energia absoluta, a energia original, além da qual não conseguimos ir – além da qual não existe caminho algum para se ir. Face original quer dizer: abandone todas as máscaras, todos os nomes e todas as formas, e apenas continue olhando para dentro de si e tentando encontrar aquele algo que não foi criado por você, que não foi criado pela sociedade, que não é um sistema de crenças, que nada tem a ver com a sua mente. E continue olhando, continue olhando… Um dia, você tropeça e dá de cara com o observar – que é a única coisa que você não criou, e que é a única coisa além da qual você não consegue ir. Deixe-me repetir, isso é significante. O observar é a única coisa em você, além da qual você não consegue ir. Você não consegue observar o observador.

Como você conseguiria observar o observador? Você consegue observar o corpo – e se certificar de que você não é o corpo. Você consegue fechar os olhos e ver seu corpo, ele está ali. Há uma ligeira dor de cabeça, suas pernas estão ficando dormentes. Assim, uma coisa é certa – você está separado da dormência da perna, caso contrário, como você iria saber dela? O conhecedor tem que estar separado daquilo que está sendo conhecido. Uma coisa é certa: você não é a cabeça nem a dor de cabeça. Você é essa consciência que está conhecendo isso.

Depois continue aprofundando. O corpo não é você. Os pensamentos estão flutuando na mente – um tráfego constante. Um pensamento vem, outro pensamento vem, e eles continuam se apressando nesse entra-e-sai. Esses pensamentos são você? Como podem ser? Então quem é esse observador? Esses pensamentos são como hóspedes e você é o dono da casa. Assim, uma outra camada foi quebrada. Você não é esses pensamentos, você não pode ser. Você é o observador, aquele que continua vendo.

Um pensamento surge, a raiva está chegando. Alguém o insultou e você fica com raiva – um pensamento surge, uma fumaça de raiva aparece. Quem é este que sabe que a raiva está chegando? E, em seguida, ela retrocede também! Num momento a raiva não estava ali, no momento seguinte ela apareceu, e depois novamente ela se foi. Ora, quem é este que está observando? Este é você. Mas você consegue observar o observador? Não há como. Se você puder observar aquele observador, então aquele que está observando será você – não o que está sendo observado, mas o que observa.

Este é finalmente o ponto irredutível. Você não consegue ir além dele. Esta é a origem, o que os hindus chamam de sakshin, o observador, e o povo Zen chama face original. Isso é o que outras religiões chamam Deus. Deus é a sua face original.”

por Osho

“10 Mandamentos de Osho”

“Você pergunta pelos meus dez mandamentos. Isso é muito difícil, porque eu sou contra qualquer tipo de mandamento. Todavia, só pela brincadeira, eu estabeleço o que se segue:

1 – Não obedeça a ordens, exceto àquelas que venham de dentro.

2 – O único Deus é a própria vida.

3 – A verdade está dentro, não a procure em nenhum outro lugar.

4 – O amor é a oração.

5 – O vazio é a porta para a verdade, é o meio, o fim e a realização.

6 – A vida é aqui e agora.

7 – Viva completamente acordado.

8 – Não nade, flutue.

9 – Morra a cada momento para que você possa se renovar a cada momento.

10 – Pare de buscar. O que é, é: pare e veja.”

“Nada além de um barco vazio” – 2/2

[Continuação…]

“Como você pode conhecer a felicidade da vida?
Ela está se derramando sobre você a cada instante e você a está ignorando.

Chuang Tzu diz: “Assim é o homem perfeito – seu barco está vazio. “Vazio de que? Vazio do eu, vazio do ego, vazio de alguém lá dentro.

Se as pessoas continuam colidindo com você e se continuam com raiva de você, lembre-se, elas não têm culpa. Seu barco não está vazio.

Elas estão com raiva porque você está lá. Se o barco estiver vazio elas vão parecer tolas, se estiverem com raiva vão parecer tolas.

Esse símbolo do barco vazio é realmente muito bonito.

As pessoas estão com raiva porque você está muito presente ali, porque você é muito pesado – tão sólido que elas não podem passar. E a vida está entrelaçada com todas as pessoas. Se você é uma presença excessiva, então em toda a parte haverá colisão, raiva, depressão, agressão, angústia, violência – o conflito continua.

Sempre que você sente que alguém está com raiva ou que alguém colidiu com você, você acha que o outro é responsável. Esse é o modo como a ignorância conclui, interpreta. A ignorância sempre diz: “O outro e responsável”. A sabedoria sempre diz: “Se alguém é responsável, então eu sou responsável, e a única maneira de não colidir é não ser.

Eu sou responsável” não quer dizer “eu estou fazendo algo, é por isso que eles estão com raiva”. Essa não é a questão. Você pode não está fazendo nada, mas apenas o seu ser é suficiente para que as pessoas fiquem com raiva. Não é uma questão de saber se você está fazendo bem ou mal. A questão é que você está ali, presente.

Esta é a diferença entre o Tao e as outras religiões.

As outras religiões dizem: seja bom, comporte-se de modo que ninguém fique bravo com você.

O Tao diz: Não seja.

Esse vai ser o seu caminho. Esvazie o barco. Comece a jogar fora tudo o que encontrar no barco, até que tudo seja lançado fora e nada seja deixado, até que você seja jogado fora e nada reste, o seu ser tornou-se simplesmente vazio.

A última e a primeira coisa é ficar vazio; assim que ficar vazio você será preenchido. O todo descerá sobre você quando estiver vazio – só o vazio pode receber o todo, nada menos que isso vai servir. É somente então que o todo será recebido. A sua mente é tão pequena que não pode receber o divino. Seus cômodos são tão pequenos que você não pode convidar o divino. Destrua essa casa completamente, porque apenas o céu, o espaço total, pode recebê-lo.

O vazio vai ser o caminho, a meta, tudo. A partir de hoje, tente se esvaziar de tudo o que encontrar dentro de você: sua infelicidade, sua raiva, seu ego,
seus ciúmes, seus sofrimentos, suas dores, seus prazeres – tudo o que você encontrar, basta jogar fora. Sem fazer distinção, sem fazer escolhas, esvazie-se. E no momento em que estiver totalmente vazio, de repente você vai ver que você é o todo, a totalidade.

Por meio do vácuo, o todo é atingido.

A meditação nada mais é que um esvaziamento, nada mais é do que se tornar ninguém. Viva como um ninguém. Se você provocar raiva em alguém e colidir com essa pessoa, lembre-se, você deve estar no barco. Logo, quando o seu barco estiver vazio, você não colidirá, não haverá nenhum conflito, nenhuma raiva, nenhuma violência – nada.

Esse nada é a bênção, esse nada é a bem-aventurança.

É por esse nada que você tem procurado a vida toda. Mas a menos que o buscador desapareça, não pode haver satisfação. Entre no vazio, torne-se ninguém, e continue vazio. Ande por este vasto mundo como um barco vazio, e todas as bênçãos que são possíveis na existência serão suas. Reivindique-as, mas você só pode reivindica-las quando você não está. Esse é o problema – como não estar. Eu digo a você que esse problema pode ser resolvido. Eu já resolvi, é por isso que digo isso.

Medite sobre isso, ore por isso, faça todos os esforços para isso. E lembre-se apenas de uma coisa – você tem que se tornar um barco vazio.”

por Osho em O Barco Vazio

Fonte: VentosDePaz

 

“Nada além de um barco vazio” – 1/2

“Se um homem estiver atravessando um rio e um barco vazio colidir com a sua própria embarcação, mesmo que ele seja um homem mal-humorado não vai ficar muito irritado. Mas se vir um homem no outro barco, ele vai gritar com ele para que reme direito. Se o seu grito não for ouvido, ele vai gritar de novo, e mais uma vez começará a xingar. Tudo porque há alguém no barco.

Se o barco estivesse vazio, ele não estaria gritando nem ficaria com raiva. Se você conseguir esvazia o seu barco ao atravessar o rio do mundo, ninguém vai se opor a você, ninguém vai tentar lhe fazer mal. Quem pode se libertar do sucesso e da fama, e descer e se perder em meio à massa humana? Esse fluirá com o Tao, invisível, avançará com a própria vida sem nome e sem lar.

Aparentemente é um tolo. Seus passos não deixam rastro. Não tem nenhum poder. Nada consegue, não tem reputação.

Como não julga ninguém, ninguém o julga. Assim é o homem perfeito: Seu barco está vazio.”

Essa é a sua natureza. Esse é o Tao.

Sanidade significa chegar ao que é natural, chegar ao que é perfeito em você, ao que está escondido atrás do nome e da forma. Muito esforço é necessário porque para cortar a forma, deixar para trás e eliminar a forma, é muito difícil. Você se tornou muito apegado e identificado a ela.

Este campo de meditação, nada mais é que persuadi-lo a seguir na direção do sem forma – como não ficar na forma. Toda forma significa ego; até mesmo um galo tem seu ego, e o homem também tem o seu. Toda forma é centrada no ego.
Não-forma significa sem ego; você não está mais centrado no ego: o seu centro está em toda parte ou em parte alguma. Isso é possível, isso que parece quase impossível é possível, porque aconteceu comigo.
E, quando eu falo, falo por experiência. Seja o que você for, eu fui; e, seja o que for que eu seja, você pode ser.

Uma pessoa sã, portanto, não será ninguém em particular, não pode ser. Só um louco pode ser alguém em particular – seja um galo ou um homem, ou um primeiro-ministro ou um presidente, qualquer coisa, seja o que for. Uma pessoa sã passa a sentir a condição de ser um ninguém.

Todas as civilizações são contra a natureza, porque elas querem fazer de você alguém em particular. E quanto mais você se cristaliza como alguém, menos o divino pode penetrar em você. Todo o esforço é no sentido de dissolvê-lo; todo o esforço é como destruir você. Uma vez destruído, o indestrutível virá à tona – ele está lá, escondido.
Depois que tudo o que não é essencial for eliminado, o essencial será como uma chama – vivo em sua glória total.

Esta parábola de Chuang Tzu é linda. Ele diz que um homem sábio é como um barco vazio. Assim é o homem perfeito – seu barco está vazio, não há ninguém dentro. Se você encontrar alguém como Chuang Tzu, Lao-Tsé ou Buda, o barco estará ali, mas ele estará vazio – não haverá ninguém nele. Se você simplesmente olhar para a superfície, então verá alguém lá, porque o barco está lá. Mas, se penetrar mais profundamente, se conseguir alcançar o centro ou a fonte do ser, se esquecer o corpo – o barco – então você acabará por encontrar um nada.

Chuang Tzu é uma flor rara, porque tornar-se ninguém é a coisa mais difícil, quase impossível, a coisa mais extraordinária do mundo.

A mente comum anseia por ser extraordinária, o que faz parte do ordinarismo. A mente ordinária deseja ser alguém em particular, alguém extraordinário – o que faz parte do ordinarismo. Você pode se tornar Alexandre, O Grande, mas continuará sendo ordinário, comum – então quem é o extraordinário?

O extraordinário só começa quando você não anseia pelo extraordinário.
Então a viagem começou, então uma nova semente brotou.

Isso é o que Chuang Tzu quer dizer quando afirma: “Um homem perfeito é como um barco vazio”. Muitas coisas estão implícitas nisso. Em primeiro lugar, um barco vazio não vai a lugar nenhum, porque não há ninguém para dirigi-lo, ninguém para manipulá-lo, ninguém para encaminhá-lo a algum lugar. Um barco vazio está apenas ali, não está indo a lugar nenhum. Mesmo que esteja se movendo, não estará indo a lugar nenhum.

Se a mente não está ali, a vida continuará a ser um movimento, mas não vai ser dirigida. Você vai se mover, você vai mudar, você será um fluxo como um
rio, mas não estará indo a lugar algum, não terá nenhum objetivo em vista. Um homem perfeito vive sem nenhuma finalidade; um homem perfeito avança, mas sem nenhuma motivação. Se você perguntar a um homem perfeito: “O que você está fazendo? ”, ele dirá: “Não estou fazendo nada, isso é o que está acontecendo”.

Isso está acontecendo, não é algo manipulado. Não há ninguém para manipulá-lo, o barco está vazio.

Se existir um propósito, você vive e em sofrimento. Por que? Um propósito existe para o eu, o ou ego, e significa a mente que vive no futuro. A mente pode viver no futuro, mas não no presente. Se você não vive o presente, você pode ter esperanças e desejos. E é assim que você cria a miséria. Se você começar a viver neste momento, aqui e agora, o sofrimento desaparece.

Mas como isso está relacionado ao ego? O ego é todo o passado acumulado. Tudo o que você conheceu, vivenciou, leu, tudo o que aconteceu a você no passado, o todo é acumulado ali. Todo esse passado é o ego, é você.

O passado pode se projetar no futuro – porque o futuro não é senão o passado estendido. O passado não prevalece sobre o presente – o presente é totalmente diferente, tem a qualidade de ser aqui e agora. O passado está sempre morto, o presente é vida, a fonte de toda a vivacidade. O passado não pode prevalecer diante do momento presente, por isso se transporta para o futuro – ambos estão mortos, ambos são não existenciais. O presente é a vida; nem o futuro pode encontrar o presente, nem o passado pode encontrar o presente. E seu ego, a sua condição de ser alguém, é o seu passado.

A menos que esteja vazio você não pode estar aqui, e a menos que esteja aqui você não pode estar vivo.”

por Osho em O Barco Vazio

Fonte: VentosDePaz

Sem trapaças, Sincera travessia.

Resultado de imagem para atravessar o rio zen

Reconhecer as próprias sombras é estar à beira da margem…

Adentrando o rio pantanoso se descobre a luz… e conhece o que se ilumina… atravessando até a outra margem… a luz pode ser… num barco vazio, aberto para o que der e vier… a luz nada mais é do que… ser… repleto vazio…

 

Não é para um qualquer, mas para qualquer um que aceite a empreitada de ser Um…

“A menos que esteja vazio você não pode estar aqui, e a menos que esteja aqui você não pode estar vivo.” Osho

Mas relaxa atentaMente… tem muitos caminhos, entretanto, só precisa encontrar o seu… mais precisaMente, segue o seu caminho… tu és luz, a luz és tu…

“O Rio e o Oceano” – Osho

“Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.

Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.

Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência.

Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.

E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.

Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.

Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.

Torne-se Oceano…”

Osho