Um Sol Coração

Onde a vida está? Onde tu és?

Tag: recomeçar

Volte e meia recomece…

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Quando a vida bater forte e a sua alma sangrar
Quando esse mundo pesado lhe ferir, lhe esmagar
É hora do recomeço, recomece a lutar

Quando o mal for evidente e o amor se ocultar
Quando o peito for vazio e o abraço faltar
É hora do recomeço, recomece a amar

Quando tudo for escuro e nada iluminar
Quando tudo for incerto e você só duvidar
É hora do recomeço, recomece a acreditar

Quando você cair e ninguém lhe amparar
Quando a força do que é ruim conseguir lhe derrubar
É hora do recomeço, recomece a levantar

É preciso um final pra poder recomeçar
Como é preciso cair pra poder se levantar
Nem sempre engatar a ré significa voltar

Remarque aquele encontro, reconquiste um amor
Reúna quem lhe quer bem, reconforte um sofredor
Reanime quem tá triste e reaprenda na dor

Recomece! Se refaça! Relembre o que foi bom
Reconstrua cada sonho, redescubra algum dom
Reaprenda quando errar, rebole quando dançar

E se um dia lá na frente, a vida der uma ré
Recupere a sua fé e recomece novamente.

 

* Letra da canção “Recomece”, por Bráulio Bessa.

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Viva o dia para um dia Vivo

Do velho passado, um pássaro novo…

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Incontáveis vezes tentei, tropecei e caí. Diversas vezes avistei, me aproximei, temi, me acovardei e então, me sabotei. Quantas vezes sofri, me ressenti, me enterrei e não morri. E por inexplicáveis vezes eu morri, mas ressurgi, e como isso acontece eu ainda não sei… só que aqui estou eu outra vez, como da primeira vez… recomeçando… a ser aquele que sou…

 

calibrar

o pensar

ao sentir.

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o ser

ao estar.

 

“A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. (…) O fim de uma viagem é apenas o começo de outra.” José Saramago

Aquele que se resgata é o salvador…

Comece a recomeçar.

Mudança para sempre.

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“Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.

Mude de caminho, ande por outras ruas, observando os lugares por onde você passa.

Veja o mundo de outras perspectivas.

Descubra novos horizontes.

Não faça do hábito um estilo de vida.”

Grata borboleta.

Siga presente… Na presença presente.

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Reconhece o seu caminho. Recomece o seu caminho.

Borboleta grata pela lagarta. Lagarta grata pela crisálida. Pela gratidão, grata transformação… Dos pés no chão à mente no coração…

Morremos de medo… Renascemos da coragem…

Vai que Vem

A vida vem em fases… A vida vai em ciclos…

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“Eu aprecio todos os ciclos da minha vida.”

 

Na dança da mudança…

O princípio torna-se fim.

O fim torna-se princípio.

É um círculo sem fim nem início.

Um todo vazio, o meio repleto de possibilidades.

 

“A totalidade, a completude ocorre quando dizemos sim aos finais e aos começos.”

Era uma vez… Cada vez é única vez.

Permita ser. Permitindo-se.

Perdoar é permitir que a sua vida volte a fluir livremente… É permitir-se retornar ao fluxo renascente da vida… É dar vida a sua vida… Renovadamente…

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Pai, eu te perdoo.

Pai, me perdoe.

Pai, eu me perdoo…

Mãe, eu te perdoo.

Mãe, me perdoe.

Mãe, eu me perdoo…

 

Com o fluir… Permitindo-se confluir…

Sobre o Perdão – Jean-Yves Leloup

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“O perdão, quando bem compreendido, é um instrumento de cura. Freqüentemente ficamos doentes porque não perdoamos e o rancor e a cólera nos corroem o fígado e os rins. A questão é como manter juntos o perdão e a justiça, (…) o olho da verdade e o olho da misericórdia.

Creio que não devemos perdoar muito rápido. É necessário, antes de perdoarmos, que expressemos o sofrimento pelo que nos foi feito e a isso chamo justiça. O sinal-da-cruz, tal como era feito nos doze primeiros séculos de nossa era, expressava bem esse sentimento. Começava-se por uma linha vertical, da testa ao peito, em seguida levava-se a mão ao ombro direito e depois ao esquerdo (atualmente faz-se o contrário), simbolizando a passagem da justiça para a misericórdia. Começando sempre pela justiça, exigindo que fosse reconhecido o mal que foi feito, o inaceitável de certas situações e de certas violências. Portanto, o pedido de justiça é essencial. Mas é essencial, também, ir além da justiça, em direção à misericórdia, em direção ao perdão, em direção ao lado que é o lado do coração.

O que é o perdão? O perdão é não aprisionar o outro nas conseqüências negativas de seus atos. É não nos aprisionarmos ou aprisionarmos o outro no carma. O perdão é a própria condição para que nossa vida continue a ser vivível. Se não perdoarmos uns aos outros, a vida vai se tornar impossível de ser vivida.

(…) Como fazer para que este perdão se torne algo verdadeiro? Platão dizia: “Aquele que tudo compreende, tudo perdoa”. Aquele que se conhece a si mesmo, com suas ambiguidades, pode compreender o outro em suas sombras. Portanto, inicialmente, o perdão pode ser uma questão de inteligência, de compreensão. Perdoar você significa que eu o compreendo, mas não quer dizer que (…) o que você fez é bom. Compreendo que você é um ser humano, que é capaz de me enganar como eu próprio faria se, provavelmente, estivesse nas mesmas condições.

A atitude de Cristo aos que queriam lapidar a mulher adúltera é: “Aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra”. Lembrem-se como aos poucos todos se retiram, do mais velho ao mais jovem. Nesse caso Jesus se serve da Sagrada Escritura, não para mostrar aos outros como eles são pecadores, mas para fazê-la de espelho onde eles podem ver suas fraquezas, suas falhas e compreender as dos outros, não os aprisionando nas conseqüências negativas de seus atos.

Além de perdoar com a cabeça é preciso perdoar com o coração e, vocês sabem, o corpo é o último que perdoa. Se alguém lhes fez mal, se lhes causou sofrimento, vocês podem tê-lo perdoado com a “cabeça”, tê-lo compreendido com o coração, pensar que o passado passou. Entretanto, quando essa pessoa se aproxima, seu corpo se crispa e se enrijece mostrando bem que ele ainda não perdoou, que muitas memórias estão ainda bem guardadas.

Creio que é verdadeiramente uma graça quando nos encontramos perto de alguém que nos tenha feito mal e sentimos nosso corpo calmo, nosso coração límpido. Podemos dizer que, verdadeiramente, estamos curados. Por isso, creio que o perdão é uma prática de cura.

No Pai-nosso se diz: “Perdoai-nos do mesmo modo como perdoamos”. Como se o dom da vida só pudesse circular em nós dependendo de nossa capacidade de perdão. Se não perdoamos ficamos prisioneiros, bloqueados em uma situação, em um rancor, e a vida não pode circular.

Perdoar não é fácil…

Quando eu era jovem padre e morava no interior da França, todos os domingos levava uma senhora paralítica à missa. Ela era portadora de esclerose em placas. Um dia contou-me do ódio que nutria pela mãe porque a tinha impedido de casar-se com o homem que amava, e, apesar disso, passara a vida inteira cuidando da mãe, ocupando-se dela. Apesar de exteriormente comportar-se como uma mulher respeitável e admirável, dizia-me que em seu interior só havia raiva. A dureza de seu coração impregnara seu corpo, transformando-o em corpo rígido e paralisado. Assim, as doenças psicossomáticas têm, às vezes, uma origem espiritual.

Disse a esta senhora: “Já que você é cristã pode perdoar sua mãe”. Tornou-se encolerizada e, com uma raiva muito densa e muito íntima, respondeu-me: “Não, não, jamais a perdoarei. Minha mãe impediu-me de viver, o que sinto por ela é um veneno que levarei ao túmulo”. Neste momento compreendi o meu erro e lhe disse:“Você tem razão. O que você viveu é imperdoável. Você não pode perdoar quem a impediu de viver. Mas pense, creia, o Cristo que existe em você pode perdoá-la”. Atualmente eu lhe diria: “O ego não pode perdoar: Não se deve tentar perdoar com o ego. Entretanto, talvez o self possa perdoar. Talvez haja dentro de nós uma dimensão maior que nós mesmos, que pode compreender e perdoar”. Passaram-se cinco longos minutos. Em dado momento vi uma lágrima correr pela face daquela senhora. Ela chorou, chorou muito. Levantou-se da cadeira de rodas e saiu andando de seu quarto. Há mais de quarenta anos não chorava, há mais de dez anos não andava. Esse é o milagre do perdão.

Muitas vezes, está acima de nossas forças perdoarmos a partir de nosso pequeno ego. Se disséssemos “eu te perdoo”, seríamos hipócritas, pois nosso corpo e nosso coração não conseguem perdoar. Porém, podemos abrir-nos a uma dimensão mais vasta que nós mesmos e então o perdão pode chegar.

O perdão não é humano, é um ato divino. Quando Jesus perdoa, seja a mulher adúltera, seja Míriam de Magdala, seja um “colaborador” como Zaqueu, os fariseus que o cercam se perguntam: “Quem é este homem que perdoa? Pois só Deus pode perdoar”.

Assim, é preciso lembrar que, cada vez que perdoamos depois de termos pedido justiça, acordamos para uma dimensão divina de nós mesmos. O perdão é um exercício de divinização onde o humano se torna divino. Continuando humano, temos que reclamar justiça e, quando for possível, dizer o que foi mau ou destrutivo para nós e pedir uma reparação. Também somos capazes de misericórdia e de perdão. Portanto, é preciso que mantenhamos juntas a justiça e a misericórdia. São dois olhos, às vezes, estrábicos. Podemos esquecer a justiça e nosso perdão ser superficial, podemos esquecer o perdão e partimos para uma justiça inquisitorial.”

Do livro “O Corpo e seus símbolos”, 1998

“Recomeço” – Bráulio Bessa

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“Quando a vida…

Quando a vida bater forte e sua alma sangrar, quando esse mundo pesado lhe ferir, lhe esmagar, é hora do recomeço, recomece a lutar.

Quando tudo for escuro e nada iluminar, quando tudo for incerto e você só duvidar, é hora do recomeço, recomece a acertar.

Quando a estrada for longa e seu corpo fraquejar, quando não houver caminho, nenhum lugar para chegar, é hora do recomeço, recomece a caminhar.

Quando o mal for evidente e o amor ocultar, quando o peito for vazio e o abraço faltar, é hora do recomeço, recomece a amar.

Quando você cair e ninguém lhe aparar, quando a força do que é ruim lhe derrubar, é hora do recomeço, recomece a levantar.

Quando a falta de esperança lhe açoitar, se tudo que for real for difícil suportar, mais uma vez é hora de recomeçar, recomece a sonhar.

Enfim meu povo. É preciso de um final para poder recomeçar.

Como é preciso cair para poder se levantar.

Nem sempre engatar a ré significa voltar.

Remarque aquele encontro, reconquiste um amor, reúna quem lhe quer bem.

Reconforte um sofredor, reanime quem está triste,  reaprenda na dor.

Recomece, se esforce, relembre o que foi bom, reconstrua cada sonho, redescubra algum dom, reaprenda quando errar, rebole quando dançar.

E se um dia lá na frente a vida der uma ré, recupere sua fé e recomece novamente.”

Agora acaba e reinicia a Travessia

hawaii

Os conflitos da mente, do ser… Por vezes, é por negar que o mal-estar é causado pelo próprio indivíduo… Que os outros e o meio a sua volta… São reflexos de seu olhar poluído, revoltado consigo mesmo…

Aceitar-se, perdoar-se é inevitavelmente preciso… O recomeço é difícil, não impossível… É o caminho viável e vitalício… É amando aquele que somos, que tornamo-nos seres vivos…

“O monge zen o advertirá para que não se deixe consolar a fim de esquecer a dor, nem espere uma cura pelo tempo. Sua cura só advirá se ele aceitar seu destino e assumir serenamente o que este lhe impõe, sem indagar por que, logo a ele, coube tamanho sofrimento. Quem conseguir isto – embora cheio de dúvidas – desenvolve-se na dor e dela se livra, aprendendo cada vez mais a abstrair-se do fato de tratar-se de sua própria dor”. Eugen Herrigel

“Recarregar, reiniciar, reinventar, reabastecer…” HG

Freud explica. Buda pratica.

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Um dia termina

Outro recomeça.

Todo dia. Noite e dia.

 

O caminho está em sua caminhada.