AbertaMente
Nuvens vem, vão e voltam.
O céu está sempre aberto.
Sol e lua encontram-se…
Refletidos no rio da criação.
Nuvens vem, vão e voltam.
O céu está sempre aberto.
Sol e lua encontram-se…
Refletidos no rio da criação.
O rio repousa em mar aberto e profundo… As montanhas e pedras guardam em segredo todo o mistério fecundo…
Há uma mandala no coração da borboleta.
Há uma borboleta no coração da mandala.
Borboleta e mandala são aquilo que é são… no coração…
* Foto: “Star trail” Lincoln Harrison
Agradecendo é que se caminha…
Apesar de tudo, no meio de tudo está. Está no olhar de quem vê. No coração de quem sente corpo e mente livremente. Silencie a mente, eis o silêncio de coração.
Sem resistir, resiliente… Sem mais nem menos, inocente…
Choro rios por um mar de sorriso. Quando o rio encontra o mar, sorrio.
“A água do rio flui sempre, sem cessar. Flui rápida, não para um só instante e se vai. Seu murmúrio evoca em mim o eco do tempo.
A água do tempo brilha no leito do Universo, sempre correndo, fluindo. Pedras, árvores, casas e cidades também fluem vagarosamente nesta correnteza, assim como os pensamentos, as civilizações, nossas vidas e as vidas de todos os seres. Tudo isso pode parecer imutável, mas na verdade essa ideia não passa de uma ilusão.
Apenas nós, seres humanos, acreditamos que tudo é imutável. Esforçamo-nos para não sermos levados pela correnteza, e lamentamo-nos por tudo que se vai. No entanto, mesmo sofrendo e desdobrando-nos por evitar, caindo sete vezes e nos levantando oito, não há como parar o fluir, que envolve também nossa dor e nossa luta.
Ao invés disso, é melhor ver as coisas como são e nos juntarmos a essa correnteza, com suavidade. Apenas assim poderemos encontrar prazer na fugacidade das coisas, uma vez que é justamente essa fugacidade que tece as mais diversas figuras na tapeçaria da vida.” Shundo Aoyama Roshi
mostre o caminho, mestre caminho.
está no seu caminho
está no caminho
o caminho.
“Chamem-me pelos meus verdadeiros nomes
Não digam que parto amanhã
Porque hoje estou ainda chegando.
Olhe bem, a cada instante estou chegando
Para vir a ser botão de flor em ramo de primavera
Para ser passarinho de asas frágeis
Aprendendo a cantar em meu novo ninho,
Para ser lagarta na corola da flor,
Para ser gema oculta na pedra.
Estou ainda chegando para rir e chorar,
Para sentir medo e esperança
O ritmo do meu coração é o nascimento e morte
De tudo o que vive.
Sou a libélula em metamorfose
Em voo sobre as águas do rio
E sou pássaro que se lança ao ar para engolir a libélula.
Sou rã que nada descuidada
Nas águas claras da lagoa
E cobra que em silêncio se alimenta da rã.
Sou a criança em Uganda, só pele e osso
Minhas pernas como gravetos
E sou o traficante que vende armas para Uganda.
Sou a jovem púbere
Que escapa em uma balsa
E que, violentada por um pirata, lança-se ao mar
Mas sou o pirata ainda incapaz de sentir e de amar
Minha alegria é como a cálida primavera
Que faz florescer toda a Terra.
Minha dor é como um rio de lágrimas,
Tão vasto que enche os quatro oceanos.
Chamem-me pelos meus verdadeiros nomes,
Para que eu possa despertar e enfim escancarar
Em meu coração as portas da compaixão.”
por Thich Nhat Hanh
de frente é que se olha.
no meio, a visão.
do alto é que se vê.