Sem mudança não há dança.
“Não há jardins sem flores, nem coração sem amor.”
“Sem raiz não há copa.”
“Sem lama não há lótus.”
Sem lagarta não há borboleta.
“Não há jardins sem flores, nem coração sem amor.”
“Sem raiz não há copa.”
“Sem lama não há lótus.”
Sem lagarta não há borboleta.
Vinha… Vem… Vinho… Vai…
O aprendiz tornou-se mestre ao retornar-se aprendiz.
O círculo está completo ao se reconhecer.
Quem sabe dá exemplos. Dá o exemplo quem aprende.
Fermentar… E repousar destiladamente…
A paz pede passagem.
A passagem pede paz.
De passagem estamos… Desnudando somos… As travessias da viagem…
Preciosa mudança… é preciso no impreciso mudar.
“Como o milho duro, que vira pipoca macia, só mudamos para melhor quando passamos pelo fogo: as provações da vida.
A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens, para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, mas que, pelo poder do fogo, podemos, repentinamente, voltar a ser crianças!
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. O milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua a ser milho de pipoca. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
O fogo é quando a vida nos lança em uma situação que nunca imaginamos. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão – sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso dos remédios que apagam o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro, ficando cada vez mais quente, pense que a sua hora chegou: “vou morrer”.
De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Mas subitamente, a transformação acontece: pum! – e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Mas existem pessoas PIRUÁS que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: “Quem preservar a sua vida, perdê-la-á.” – A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás, que não servem para nada. Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira…”
* Rubem Alves (1933-) é escritor, pedagogo, teólogo e psicanalista.
No colo da mãe, uma rosa florescida… Exalando um perfume de eternidade…
Abri a correspondência.
Desdobrei a mensagem.
Vi, li, recebi… o silêncio sagrado.
* Pintura: Stefan Lochner, “Madonna of the Rose Bower” (1440 – 1442)
“a vida é problemática
apenas quando desejo que ela
seja de outra forma”.
aceite a vida
como ela é:
de outra forma
dê outra forma…
* Título/citação de Francielle Cordeiro do blog DesenrolaCordeiro.
* Citação de Ian McCrorie.
Existo… feito a fome insaciável da lagarta…
Renasço… no casulo em si, feito o faraó no sarcófago…
Eu sou… feito voo da borboleta…
silenciosa – para lá e para cá – despretensiosa…
a causa e-feito magia…
borboletas são guias…
águias de luz, pétalas de energia…
ou nem tão simplesmente, mutantes pequeninas…
rara beleza, transparentes, monocromáticas e multicoloridas…
cultivando jardins abertos e secretos…
cultivando jardins zen e do éden…
cultivando os jardins da vida…
Reconheça os sinais angelicais, elementais do mistério… Ouça, veja, seja… porta-voz do silêncio…