Onde a vida está? Onde tu és?
Mês: abril, 2014

ser simples, não é ser frágil…
ser humilde, não é ser carente…
ser inocente, não é ser vítima…
ser livre, não é estar indiferente…

amor é afirmação, amar é confirmação.
existe amor – o incluir.
e negação ao amor – o excluir.
a negação, leva a todo tipo de exclusão:
exclui ao outro (o próximo).
exclui ao outro em nós (o ser).
exclui ao que é vivo (o existir).
negar ao amor é agredir, subtrair, desistir.

por vezes a vida…
põe uma vírgula, noutras ponto final.
ponho vírgula, a exclamação e,
retomo a interrogação.
e no prefácio, parece rápido, fácil…
e o sumário, é sumério, mistério…
onde termina o princípio?
aonde começa o fim?
e assim, capítulos rolam,
enozam, desenrolam…
imagens, citações, traduções…
letras, linhas, espaçamentos…
palavras revisadas, páginas enumeradas…
e a capa dura, envelhece, não cede…
e o livro, dura o tempo que durar…
simplesmente por cumprir,
o seu papel de mensageiro.

nesse misterioso caminho existencial…
de aprofundamento e expansão,
no constante conhecer de si mesmo,
há um encontro com outro ser (em si),
que é a integração dos opostos.
desta aliança, o religar…
do eu-estou com o eu-sou,
nasce no diálogo, a comunhão.
e não há mais dentro e fora,
masculino e feminino, humano e divino…
há uma íntima relação,
do ser-noutro-ser.
a circular interação,
do ser-estar no todo.
a unidade se faz em si,
é o ser no todo-ser.

quando estamos em busca,
buscamos o buscador…
deixamos o presente (a presença),
saímos de si.
há de ser agora,
o redescobrir e revelar-se.
intuir, lembrar aquele que é,
e de repente, somos realmente…
aquele sorriso inocente, inteiro presente.

‘o nascer da borboleta’…
regenerar a beleza, renascer para a vida.
(à você, borboleta amiga)

a cada vez que adiamos o encontro,
e a superação do engano já percebido…
maior é a sombra do inimigo,
torna-se mais difícil ser amigo (a luz) do incompreendido.
adiamos, não escapamos daquilo que está velado em nós.
transformar-se, superar-se e amar…
é responsabilidade de cada um de nós.
ser humano é um processo de humanização… pertencer ao mundo, questionar os mundos, descobrir-se indivíduo, despertar à fonte (o divino),
revelar-se luz do próprio caminho.
quando a gota d’água reconhece a nascente, a sede daquilo que dá sede,
ela renasce, ao renascer, bebemos da fonte… e à ela damos de beber.

ao deixar de sentir-se vítima,
deixa também,
de ser o próprio vilão.
amar-se é assumir a sombra,
e revelar-se luz.
silenciar para perceber…
se conhecer para reconhecer,
o que fez, o que faz você…

aceitar para adentrar…
se assumir para refletir o ser que é,
aquele que habita-respira você…

contemplar…
estar presente no momento presente,
o estado de pura presença (em si),
ser uno com o todo,
em qualquer e todo lugar.
sagrado é o existir e coexistir…
viva o amor, a revolução em evolução.